Descrição
Em 1609, Galileu apontou seu telescópio para a Lua e enxergou claramente suas crateras e montanhas. Com o aperfeiçoamento do telescópio, fronteiras cada vez mais distantes foram se abrindo: novos planetas, aglomerados de estrelas, galáxias e aglomerados de galáxias e a cortina de luz gerada pelo Big Bang. O uso de detectores permitiu a captação de imagens invisíveis ao olho humano, como os raios X, infravermelho e ondas de rádio. Elas revelaram condições físicas desde temperaturas extremamente altas até quase o zero absoluto, astros com densidades maiores que a do núcleo atômico ou até o vácuo quase absoluto.
O telescópio permitiu acessar esses verdadeiros laboratórios de Física que jamais poderemos replicar na Terra. Por meio dele descobrimos a origem dos átomos, da água, de moléculas orgânicas e esperamos, em breve, encontrar sinais de vida. Nos demos conta de que temos uma grande intimidade com os astros. Em contrapartida, descobrimos recentemente que a matéria e a energia que formam os planetas, estrelas e galáxias somam apenas 4% do universo. Em sua maior parte, ele é constituído por um tipo de matéria (“matéria escura”) e um tipo de energia (“energia escura”) das quais temos apenas indicações indiretas. Quanto mais longe um astro está, mais tempo sua luz demora para chegar até nós. Assim, quanto mais longe penetramos no espaço, mais fundo enxergamos o passado. O telescópio nos permite observar as diversas etapas evolutivas do universo, até quase sua origem, tornando-o um objeto não de três, mas de quatro dimensões (três de espaço e uma de tempo). Portanto, tudo o que vemos já aconteceu!
Atualmente, as revoluções astronômicas se dão em escalas de décadas e tudo indica que vão continuar se acelerando. Nossa exploração do universo está apenas no começo. Por isso é fundamental manter a escuridão do céu noturno, combatendo a poluição luminosa. Evitar o desperdício de energia luminosa é a receita para preservar esse patrimônio da humanidade.